27/02/2012

Meia noite eu me desfaço...


...Dois goles, três tragadas, assunto de bêbado. Filosofando sobre a porta que não fecha e a cortina que dança no ritmo do vento ao tentar me assustar. Nessas andanças intrépidas de provar para alguém que posso andar sozinha – no fundo é para mim mesma – eu ainda vou longe. O que posso dizer… é bom perder-se. Desde o princípio estive submersa nas águas mais profundas. A alegria corriqueira de ser achada pra depois perder-me novamente alimentava as borboletas no estômago. Longe, perto de cais algum porque eu tenho medo de me prender ao novo. Permaneço aninhada sobre as almofadas piegas da sala de estar agora, olhando pro teto e me imaginando laçada pelos cadarços do moço de olhar inóspito que outrora me encarava na fila do banco. Seria bom se ele me laçasse mesmo. E me sacudisse as poeiras. À força, preu sair de vez dessa zona de conforto. Que venha um desses, que me tire do chão sem que eu dê conta de que posso cair. Meia noite eu me desfaço em idealizações. Mentira. Todo o tempo.

 (Bruna Cassiano)


Postado por Fernanda Souza às 12:03

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